CHAPADA DIAMANTINA


Se vc quer descobrir coisas novas que te deixam de boca aberta, esse é o lugar. Confesso que não esperava me surpreender tanto, mas aconteceu.

Fui pra Lençóis sozinha. A minha proposta, no início, era descansar e apreciar a natureza. Mas... consegui fazer isso e muito mais.


Lençóis é uma cidade graciosa. Fundada na época da descoberta de diamantes na região, os garimpeiros a tinham como posto principal. As ruas são de pedras, as casas em estilo colonial antigo e na maioria bem cuidadas, pode-se encontrar tudo por lá. O comércio é variado, mas é mais voltado para o turismo mesmo. Aliás, turista é o que não falta em Lençóis. Eles vêm de todo canto do Brasil e do mundo. E é difícil encontrar alguém que não se encante com as belezas do lugar.


* 1º dia - Quando cheguei na Rodoviária, ainda do ônibus avistei uma pessoa segurando uma plaquinha com o meu nome e o nome da pousada na qual que me hospedei “Pousada do Sossego”.


Era o Carlos (conhecido como Carlinhos), dono da pousada (junto com sua esposa Ivana) e guia da região. Caminhamos por pouco tempo até chegar na pousada e ele, durante esse pequeno percurso, me falava um pouco da história da cidade.


Na Pousada, conversamos sobre alguns roteiros, qual era a minha proposta, etc.  Mais tarde andei pela cidade e jantei no restaurante Grisante.


* 2º dia - Eu tinha fechado o passeio da Cachoeira do Sossego, mas choveu muito durante a noite e Carlinhos achou que seria perigoso fazer a trilha (por causa da chuva). Então ele pensou em outra coisa. Fomos a pé, rumo aos arredores de Lençóis. Eu, Carlinhos e Paulo (um fotógrafos em busca da aves para clicar) andamos, andamos... Carlinhos dando todos os detalhes históricos, botânicos, etc...rss. Chegamos ao Ribeirão de Cima. Lugar lindo!! Ficamos lá por algum tempo, tomando banho de rio e apreciando aquela lindeza.
De lá fomos para o turístico Ribeirão do Meio, onde nos deparamos com muita gente aproveitando aquele lugar, que tem um tobogã natural gigante!!! Aproveitei mais um pouco das águas que corriam por ali.
Por fim, chegamos ao Ribeirão de Baixo. Lugar bonito, calmo, profundo. Algumas crianças da cidade se divertiam por lá. Gostei. De volta à pousada. Foi um passeio incomum para a maioria dos turistas.
De noite, fui jantar (um PF delicioso) no restaurante da Zilda.


* 3º dia - Tinha programado fazer o passeio de Marimbus (o mini pantanal), mas como havia chovido muito durante a madrugada, Carlinhos não aconselhou, pois havia o risco do rio estar muito cheio e não poder pegar o barco. Então... ele sugeriu a Cachoeira do Mosquito. Só que ele disse que a agência queria R$ 240,00 no carro (c/ um guia autorizado). Achei muito caro e desisti. Ele sugeriu de irmos à Cachoeira da Mandaçaia. Alguém conhece?? RSS A trilha é mais puxada. Por isso pegamos mototáxis, que nos deixou na região do Barro Branco (são cerca de 6 km a partir do centro de Lençóis, percorrendo uma estradinha de terra e pedras). De lá, iniciamos nossa caminhada em meio a mata (que Carlinhos conhece como ninguém). Tive algumas dificuldades e pensei em desistir no meio do caminho. Encorajada e com o apoio do guia, paramos em uma toca de garimpeiro para descansar, tomar fôlego e colher mangas do pé. Após algumas horas de subidas, descidas, atravessando riachos, chegamos a um lugar fantástico: a Cachoeira da Ferradura, próxima à Cachoeira da Mandaçaia. Um lugar que não existia na minha imaginação e que tira da gente as palavras da boca. Fiquei em silêncio, só apreciando. Não deu pra ir até a Mandaçaia porque o rio tava muito cheio. Ficamos por ali mesmo. Bom demais! Boom demais!
De volta a Lençóis, jantei um bom PF no Beco’s Bar (Comida caseira da Ivandira) e caminhei pela cidade.


* 4º dia - Nesse dia fiz passeio de turista rsss. Era o roteiro 1 (R$ 130,00 c/ taxas incluídas), que compreende Rio Mucugezinho, Poço do Diabo, Gruta da Lapa Doce, Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio. Fui com agência de turismo, um grupo falante e um guia razoável – digo bom. O único imprevisto (previsto) foi que na Pratinha a água não estava tão cristalina como é, por conta da chuva que levou água barrenta do rio. Não entrei na água. O mergulho de flutuação não estava acontecendo, só a tirolesa. Pra mim, o que mais valeu foi a gruta da Lapa Doce – bem legal.


* 5º dia – Peguei o ônibus pra Palmeiras e de lá uma van pro Vale do Capão. Cheguei lá no meio da tarde. Adorei a vila colorida, com um pessoal bem alternativo circulando. Almocei num dos pequenos restaurantes de comida caseira. A vila tem um apelo bem naturalista e de preservação ao meio ambiente. É um lugar incomum, mas bem legal. De noite a vila fica lotada de pessoas pelas ruas, pelos bares e restaurantes, pelas lojinhas que vendem artesanato local entre outras coisas. Assisti uma apresentação de capoeira do grupo local. E fiquei na pracinha apreciando o movimento. Clima agradável. Dei um pulo em uma lanhouse onde também fiz algumas ligações (já que é difícil de ter sinal de telefonia celular por lá).



* 6º dia – Na manhã seguinte caminhei pelas ruas fotografando tudo que achei interessante. Tomé café num lugar muuuito bom: “O galpão” – comida natural, fresquinha, e preço bom. Depois, um táxi me levou até a pousada Villa Lagoa das Cores (R$ 25), que fica a uns 3 km da Vila. Essa pousada é fantástica (e mais cara do q nós, mochileiros estamos habituados a pagar). Resolvi me dar esse presente no último dia da viagem. Piscina, café da manhã maravilhoso, templo e jardim de meditação, uma pequena trilha que dá num mirante maravilhoso, horta, redário... e alguns serviços pagos à parte (massagem, ofurô, sauna panorâmica e outros). Os donos são gente boa. A pousada é um charme só. Linda, aconchegante, um chuveiro delicioso... rss. De tarde fui andando até o Riachinho (3km da pousada + ou – e uns 6km da Vila). Lugar bonito, onde dá pra tomar banho e ficar por lá fazendo nada. Voltei tomando banho de chuva!! Huhuuu! Também participei da hora do mantra com direito a chazinho e tudo. Adorei! De noite, fui ao restaurante chiquérrimo que fica dentro da pousada (com cardápio com comida natural e gostosa).


7º dia – No dia anterior, liguei da pousada pra um cara (José Augusto) que leva o pessoal da Vila para Palmeiras, de van. Combinei e ele passou lá pra me pegar (R$ 10). Em Palmeiras, pequei o ônibus pra Salvador. O bom, foi que o ônibus foi pontual (o pessoal diz que eles sempre atrasam). Dia de sorte!!! Dessa forma, me despedi da Chapada... Mas eu volto. Ahh se volto!!!




TURISTANDO EM SALVADOR


O que dizer de Salvador? Pra mim, essa cidade retrata bem a condição do povo brasileiro. Tem uma proposta de preservar o patrimônio histórico e também, precisa progredir economicamente.

PASSAGEM RÁPIDA PELO RIO

Um final de semana, com certeza, é pouco tempo pra ver as belezas do Rio. Mas....... deu pra curtir  um bocadinho.
E como não poderia deixar de ser, ficou um gostinho de "quero mais".



O que posso dizer sobre essa cidade maravilhosa é que "O Rio de Janeiro continua lindo!"


ARGENTINA - BUENOS AIRES / TIGRE

A viagem à Buenos Aires era ponto de honra. Não foi um mochilão, pelo contrário: foi uma viagem totalmente "urbana", mas apesar disso, bem interessante. Eu e uma amiga prometemos que iríamos dar um pulo lá. Então, na primeira oportunidade, comprei a oferta num site de compras coletivas (que incluía 3 diárias, o city tour e a famosa noite do tango). As passagens comprei a parte.

MI BUENOS AIRES QUERIDA
Ainda no aeroporto (Ezeiza) contratamos um serviço de táxi que nos traria do hotel até o aeroporto no dia de voltar. Chegamos em Buenos Aires já tarde da noite.  Fato que não permitiu que fizéssemos nada de muito interessante, a não ser jantar no próprio hotel (que aliás, tem um super bar estilisado, que recebe bandas do cenário do rock nacional argentino).
Tínhamos pouco tempo, e por isso procuramos planejar tudo para poder economizar tempo.
* Na manhã seguinte, saímos para fazer um reconhecimento da redondeza: Av. Rivadavia, Av. Corrientes... Paramos para um lanche na esquina com Av.Caleon. Adorei os cafés... todos muito aconchegantes. Muitos bares, restaurantes e lanchonetes bacanas. Comecei a perceber que Buenos Aires tem muito mais para ser visto do que imaginei e conclui que seria bom voltar com mais calma.
O pessoal do City Tour passou lá no hotel  (microonibus) no início da tarde . Com  a guia Laura, pudemos ter um panorama geral da cidade. O City Tour é excelente pra quem está sem tempo, como era o nosso caso. Passa praticamente em todos os pontos turísticos da interessante Buenos Aires e alguns pudemos descer por uns 15/20 minutos. É bom pra ter uma visão global da cidade. A guia falava em espanhol, em inglês e em Português também. O 1º ponto de parada, foi o cemitério da Recoleta ao lado está ao Centro Cultural (na Plaza Alvear); 2º ponto: Plaza de Mayo – casa do governo (a famosa Casa Rosada), a Catedral e o Banco de La Nacion. Fomos até o banco para tentar cambiar, mas já estava fechado. (Os bancos fecham às 15h) e já era mais de 16h.
O Tour também passa pelo Obelisco, o Zoológico, o jardim Botânico e diversas praças e monumentos que compõem a cidade. Seguimos rumo ao Estádio Bombonera – La Boca - e descemos no 3º ponto: o famoso Caminito (que na minha opinião, não é isso tudo). As coisas estavam bem caras por lá. Continuamos o trajeto passando por Puerto Madero, San Telmo, Palermo e a 4ª e última parada foi na Galeria Pacífico (Na Av. Florida). Tínhamos a opção de descer lá ou voltar ao hotel. Descemos! A galeria é um shopping center daqueles mais chics. Batemos perna pela Av. Florida. Lá também não achei os preços bons. Comprei alfajors, claro! Demos uma passada na famosa livraria “El Atheneu”. Pegamos um metrô na estação Corrientes (Florida c/ Corrientes – linha vermelha) e descemos na estação Pueyrredón e lá “combinamos” para a linha amarela. Descemos na estação Once (na Plaza Miserere - que fica a menos de uma quadra do hotel). Comemos num lugar ótimo na mesma quadra do Hotel (Av. Jujuy).

* Neste dia, o programa era ir até a famosa Tigre! Pegamos metrô e trem. "Combinamos" daqui e dali.  A ‘viagem toda’ demorou 1h30min + ou -. No trem, fui entrevistada por uma repórter do SBT Repórter, que estava fazendo uma matéria sobre a cidade de Tigre (Depois, acabei aparecerendo na TV... acreditam nisso?). Ainda dentro da estação tem um guichê que oferece City Tour + passeio de lancha por P 70. Se eu soubesse, não tinha fechado com eles.
O City Tour é um passeio por ruas residenciais. Dura 50 minutos. O bom foi ver as casas no estilo europeu, bem conservadas e bonitas. Descemos apenas uma vez  para tirar fotos no Museu de Arte. Não tem guia turístico no ônibus. Tigre é relativamente pequena. A parada final é pertinho do lugar onde pegamos a “lancha” - que é um barco com janelas de vidro fechadas e com uma guia que fala “argentino” (espanhol rápido) e dura 1h margeando o rio Tigre. É um passeio legal, não fosse as janelas fechadas e a guia falando que ninguém entendia. Rss O passeio ficou abaixo das expectativas.  No local onde pegamos o barco tem várias outras agências que fazem esse passeio. Algumas oferecem até almoço e também tem barcos com janelas abertas. Rsss. É possível ver casas lindas, com bonitos jardins, e muita gente remando pelo rio – que que se encotra com as águas do mar e por esse motivo a cor é barrenta.
Andamos pela cidade até chegar em “Porto de frutos”, uma espécie de feirinha; um lugar com lojinhas de artesanato, roupas, bijoux, decoração para casa e alguns restaurantes. Comemos uma Parrilha (costela assada – que de assada não tem nada, é quase crua). O hilário da história foi que acabaram nossos pesos.  Ainda consegui comprar alfajors no famoso Havana Café. Fizemos o mesmo trajeto de volta (Tigre até Retiro 50 minutos).

A Van foi nos buscar para o Show de Tango. Passou em outros hotéis pra pegar outras pessoas. Lá no “El Querandí” foi uma surpresa! Lugar chiquérrimo e o melhor: tuuudo estava incluso em nossa reserva - entrada (várias opções), prato principal, sobremesa. Putz!! Não posso esquecer da garrafa de vinho e da água. Demos boas risadas. Depois do banquete,  começa o show: muito bom!!! Ficamos sem pesos para pagar a “propina” (que é pedida elegantemente dentro de uma carteira como se fosse a conta) e a foto (lembrancinha – que tiram durante o jantar = P 50,00). A sorte foi que aceitaram “reales”. Minha amiga Sandra com toda a sua "cara de pau" foi lá perguntar. Uff...  No hotel, estava tendo um show de rock. Acho que já falei, mas repito: o restaurante do hotel é um antigo ponto de encontro de bandas do rock nacional argentino.
 
Na hora combinada, chegou na porta do Hotel o "Táxi Ezeiza". O taxista  foi super simpático. Falou de como andam as coisas lá na Argentina (iguais ao Brasil – política, economia, trabalho, desemprego, programas de “bolsa” para as classes menos favorecidas, corrupção...).





* Buenos Aires foi uma agradável surpresa. Ruas limpas, povo educado (e que atualmente anda adorando a presença de brasileiros no país - $$$) e bandeiras pra todo lado rss. Não pensei que sentiria, mas senti sim vontade de ficar mais uns dias curtindo essa cidade de gente bonita, elegante, patriota e hospitaleira.

AVENTURAS PERUANAS

Em outubro de 2011 resolvi ir à Machu Picchu. Desejo antigo, que foi substituído na época, pelo Deserto do Atacama, por ter sido a opção mais barata. Minha viagem ao Peru começou cheia de emoções. Logo de início, fui parar no aeroporto errado e o pior é que o pessoal da cia. aérea só percebeu quando faltavam só 2 horas para o vôo decolar (eu dei bobeira, confesso). Acreditem! Eu estava em Guarulhos/Cumbica quando na verdade deveria estar em Congonhas (SP). Voei de táxi e consegui chegar a tempo. Bob Marley no som do carro, me tranqüilizou Baby, Don't worry 'bout a thing, ‘Cause every little thing gonna be all right." rs
CUZCO
Dormir em aeroporto já está virando a minha especialidade. Passei a noite no Galeão no Rio, para de manhã cedinho pegar o avião pra Lima e depois pra Cuzco. Chegar em Cuzco parecia tarefa pra super-herói. Passei por uma super turbulência antes de o avião pousar. Quando desembarquei, achei que estava em Hollywood. Do lado de fora, grades com muuita gente se amontoando, segurando plaquinhas com nome de pessoas que eles aguardavam. Uma loucura! Eu já tinha combinado com o hostel e o taxista estava lá, segurando uma plaquinha com o meu nome.
Cuzco é uma cidade interessante. Além de a altitude proporcionar uma sensação estranha, é uma cidade diferente. Quando cheguei lá no hostel (EcoPackers), dei de cara com minha amiga Karina passando mal por causa da altitude e também por beber água da torneira (o que nunca se deve fazer no Peru). E haja folha de coca! Depois comprei na farmácia o santo remedinho para esse “sorojo” (sorojos pils). Ao caminhar pelo centro da cidade pode-se encontrar lojinhas, bares, cafés, casas de câmbio, agências de turismo (muitas agências) e ambulantes vendendo quadros MARAVILHOSOS! Fechei um city tour para o dia seguinte, que durou uma tarde interia.
 Tive sorte de pegar um bom guia. O city tour para em alguns pontos da cidade, depois segue para outros lugares nos arredores da cidade: feirinhas e ruínas. Daí começou a chover e quando já estávamos de partida para retornar, o granizo começou a cair. Não saí mais do ônibus. Chuva e frio juntos... não é pra mim (além daquela sensação estranha: o bendito do “mal da altitude”). Saí do ônibus só para visitar uma feirinha cheia de tentações (basicamente artesanato da região). Pra encerrar o tour com emoção, levei um mega tombo, na descida do ônibus. Chuva! Fui comer pizza na Plaza de Arma (não lembro o nome do lugar). Dica: perguntem o que vem na pizza (apesar de ter o mesmo nome, não significa que tenha os mesmos ingredientes das que conhecemos por aqui). De noite, festinha no bar do hostel... muito pisco sour!!!

VALLE SAGRADO - OLLANTAYTAMBO
As 8h30m saí rumo ao Valle Sagrado (o microônibus passou na porta do hostel). Passa por diversos lugares ‘sagrados’ (ruínas e sítios arqueológicos)... Faz um pit stop rápido em Pisac para irmos aos baños.  O almoço foi em Colca, no restaurante “Jacarandá” (um self-service delicioso). Depois de 40 minutos, chegávamos em Ollantaytambo. Lá, todos sobem as ruínas do Parque Arqueológico (a vista é maravilhosa, mas o cansaço pesava muitas vezes, quando tinha que parar pra tomar fôlego).

Na volta, desci na Plaza de Armas de Ollanta – perto da estação de trem.  O hotel (Bk Tampo) fica praticamente em frente à rua que dá na estação. A cidade é um charme a parte: ruas estreitas, casas de pedra, subidas, descidas, flores, artesanatos, comércio. Logo depois de deixar as coisas no hotel, fui até a estação de trem. Achei os preços carérrimos. Comprei Ollanta/Águas Calientes na PeruRail por U$ 54 - só ida. Detalhe: não aceitam Soles! (mas você paga em dólar e recebe o troco em soles – nada bobos). Este trem foi caro por ser o Vistadome (muito recomendado). Os trens com horários pela manhã, custavam U$ 80. Nem ofereceram outros, pois os outros os horários já estavam quase lotados. Ainda descobri que de lá perto da estação, tem um ônibus que vai p/ Cuzco por S.15. e táxi por S.40. Começou a chover. Estava frio.
ÁGUAS CALIENTES (MACHU PICCHU PUEBLO)
No dia seguinte, para minha surpresa, descobri que o ‘desajunio’ do hotel é à parte. Pelo que pude perceber, isso acontece na maioria dos hotéis da “cidade”. Após o almoço, pegamos um “táxi” até a estação de trem (uma espécie de moto com bagageiro... muito engraçado). Embarquei finalmente no Trem Vistadome para uma viagem simplesmente mágica.
O trem acompanha o curso do rio Urubamba (acho). Música ambiente peruana, serviço de bordo (refri e umas coisinhas) – tuuudo de bom. Para mim, a viagem ao Peru poderia ter terminado ali. Esse trajeto é simplesmente fantástico!!! 1h e 30m depois, chega-se em AC. A estação é um pouco confusa (apesar de chic) talvez por ter muita gente circulando (turistas, claro!). Comprei a passagem de volta. Dessa vez, não no Vistadome, mas no “Expedition” que é mais simples e um pouco mais barato. O desembarque é praticamente direto em uma feirinha. Eu tinha alguns hostels como opções, mas tive dificuldade em encontrar os nomes das ruas. Hotéis e hostels pra todo lado e eu com minha mala suuper pesada nas costas. Andei seguindo a linha do trem e entrei num hotel para perguntar preço. O pessoal mostrou o quarto e resolvi ficar por ali, pois além de ser limpo e até aconchegante, o preço era bem mais em conta do que os que eu havia pesquisado (S.35 por pessoa no quarto duplo). Depois de deixar as mochilas no hotel, eu e a Karina fomos comprar os tickets pra MP (sem cidade Sagrada e sem Winya Picchu). Compramos tb o bilhete para volta de MP p/ AC de ônibus – U$ 8 (ou S.22), pois resolvemos ir caminhando até MP (disseram que era aproximadamente 45min de caminhada). Depois fomos procurar formas de voltar para Cuzco ou Ollanta e pro meu espanto descobri que o único meio de sair de Águas Calientes é de trem (não tem ônibus, nem taxi). A compra por bilhetes de trem é concorrida, os mais baratos estão sempre esgotadas e dificilmente encontra-se pro mesmo dia em que se compra. Acabei comprando na Perurail, passagem para o trem Expedition, por U$ 39 ou S.106,25 pro dia seguinte. Bati perna pela cidade de sobes e desces e muito comércio.
O rio divide a cidade ao meio. Águas Calientes tem um clima todo especial. Resolvemos ver como eram as tais águas termais (que dão nome à cidade) e ...putz.... sobe...sobe... uma subida sem fim...andei... andei... Quando cheguei lá (no alto) encontrei  piscinas cheias de gente e águas escuras (sujas mesmo) exalando um cheio não muito agradável. Ainda bem que não comprei a entrada.  É uma espécie de clube de luxo com a água não muito limpa. O engraçado foi ver no caminho lojas que alugam toalhas e acreditem, roupas de banho (sunga, biquínis e maiôs). Desci as ruas da cidade cheias de turistas, restaurantes, hotéis (muitos 5 estrelas) e criancinhas vestidas para o Halloweem, pedindo doces nos estabelecimentos. Na praça principal, fui a uma lan house (S.3 a hora) e visitei a igreja. Saímos para jantar e comer uma pizza num lugar super bem decorado (como a maioria dos restaurantes em AC). As pessoas te abordam na rua com o cardápio na mão e são insistentes.
O CAMINHO PARA MACHU PICCHU
Acordei sem pressa. Arrumei a mala e desci em busca de um café da manhã. Eram 8h30m e a cidade estava acordando. Os donos do hotel degustavam costelas fritas gigantes como a primeira refeição do dia. A mochila ficou guardada no hotel. Peguei coisinhas básicas pra levar e.... comecei a caminhada rumo a Machu Picchu. Pensei que chegaria lá em 1 hora, andando sem pressa (Pura ilusão!!). A dica que recebi foi “Siga a estrada do ônibus”. Foi o que fiz. Um caminho de rua de terra, margeado pelo rio, cercado de muito verde. Encontrei um atalho que permitiu ir até o rio molhar as mãos e me refrescar do calor.
Pelo caminho, percebi que poucas pessoas se aventuravam a ir a pé até MP. Como fui com bastante calma e ainda parei pelo caminho, cheguei na entrada do Parque de Machu Picchu umas 10:30h. Lá, pediram os tickets e carteira de estudante. Começou aí a trilha mais difícil e desafiadora que fiz em minha vida. Você pode continuar seguindo o caminho dos ônibus (pela estrada de terra) ou “cortar caminho” pelas escadas que ficam no meio da floresta. Fiz um pouco de cada. Noooossaaa!!!

A maior parte do trajeto foi subindo escadas íngremes e intermináveis, que testavam o tempo todo meus limites físicos e emocionais. Encontrei pessoas descendo, mas não subindo. Desejavam-me boa sorte e que em meia hora chegaríamos lá. Mas, minhas forças se esgotavam; o cansaço era tanto que parava pra tomar fôlego o tempo todo. O ar faltava e a água era racionalizada (não é permitido entrar com água em MP – eles costumam barrar lá na entrada do parque). Senti medo e desespero várias vezes. Quando pensava que estava perto, surgia a minha frente imensas escadarias de pedra. Calor, vento, sede, esgotamento, bicas (onde coloquei os pés nas águas geladíssimas para renovar as energias)...




Pra resumir, chegamos ao topo (na entrada do templo) perto das 13h. Quando vi, mais escadas pra subir, pensei em desistir, mas algo me dizia ”Só mais um pouco! Vc já chegou até aqui, superou seus limites. Vá!”. Novamente apresenta-se tickets e passaportes, carteira de estudante. Caminhei mais 3 minutos e finalmente uma visão inexplicável surgiu em minha frente. Eu estava ali, perto do céu, vendo com meus próprios olhos aquela maravilha do homem. Não há palavras pra descrever a emoção. Lágrimas rolavam dos meus olhos... chegar ali, depois de um esforço gigantesco, tinha um significado diferente e muito especial. Fiquei por lá até umas 15h20m. Andei por todos os cantos. Parei inúmeras vezes para apreciar a paisagem, fazer reflexões sobre a vida e perguntar a mim mesma se realmente eu estava ali, vivendo aquele momento mágico. Não dava pra acreditar o tanto que eu tinha subido. Depois, reencontrei a Karina e voltamos a AC de ônibus. Sentada no banco da praça, tentei entender o que havia acontecido. Encontrei respostas. Deus falava aos meus ouvidos e tudo foi compreendido. Aquela “subida” tinha o significado da vida, da caminhada, da superação, da benção e do aprendizado.
DE VOLTA A OLLANTA
Pegamos as malas no hotel, fizemos mais umas comprinhas rápidas e seguimos rumo à estação de trem. Embarcamos em uma viagem noturna, e, portanto sem paisagens (bem diferente da viagem no Vistadome) e voltamos a Ollanta. Dessa vez me hospedei em outro hotel (mais barato que o anterior) onde ao lado tem um restaurante muito gostoso. Tomei sopa e vinho... menu perfeito para uma noite fria.

REGRESSANDO A CUZCO
Pela manhã o frio pega! Mochilas na recepção e fui andar um pouco por essa agradável cidade. Fiz algumas comprinhas (souvenirs). Peguei um “táxi”, que me levou até o lugar onde saem ônibus e vans p/ Cuzco. Ao descer do táxi, as pessoas são abordadas por loucos gritando “Cuzco! Cuzco!”. Eu e Karina entramos num estacionamento onde ficam os veículos, quando de repente um louco pegou nossas malas, jogou em cima da van e mandou a gente entrar nela. Uma loucura! Um monte de gente, eles continuam gritando “Cuzco! Cuzco!”, nós ficamos atordoadas... e saem em disparada buzinando, pendurados na janela ainda gritando...rs Passado o susto, deixar de rir foi difícil. O povo vai subindo e descendo pelo caminho. A van passa em Urubamba. Pegamos chuva de granizo (e eu só pensando nas mochilas lá em cima); gente entrando, gente em pé, gente cheia de sacolas ou com aquelas trouxas amarradas nas costas com as crianças penduradas, um burburinho da mulherada reclamando para o motorista ir mais devagar, e que a passagem tava cara e que ele queria nos matar dirigindo daquele jeito, as senhoras mandando ele ligar o pára-brisa... rss cômico. Chegamos em Cuzco e encontramos um puta trânsito. Era dia de finados e os caminhos que levavam ao cemitérios estavam todos parados. Camelamos em busca de táxi. Pensei em ir pra outro hostal, mas o motorista não sabia onde ficava e euzinha estava sem o endereço. Acabamos voltando ao EcoPackers Hostal. Andei pelo centro, fui ao mercado municipal pois queria comprar “frajoles”, mas a coisa lá é bem feia: estandes com frutas, comidas, sucos, roupas, cachorros, legumes... parecia uma feira-livre (bem mais suja) num lugar fechado e com pouca higiene. Provei InkaCola (boa – parece uma itubaína de tuti-frutti). Percebi como os peruanos comem! Fiquei boba de ver. Os menus incluem 1º um prato de ensalada, depois um prato grande de sopa, depois refri (um suco de uva quente ou refresco de mate) e por fim o prato com a comida. Quase morri de tanto comer. Ainda fui em algumas lojinhas. A Karina cambiou e terminamos comendo uma casquinha (cone) no McDonald’s, que fica na Plaza de Armas. De noite saí pra jantar (+ sopa e + vinho) rsss. Tuuudo de bom.

UM DIA EM LIMA
Fui de táxi até o aeroporto e lá embarquei a mochila pra SP. No aeroporto de Lima cambiamos (o melhor câmbio que encontrei no Perú). Na saída do aeroporto os taxistas mostravam tabelas com preços fixos p/ Plaza de Armas (S.55). Um absurdo! Quando não queríamos, ou mudavam de ideia com relação ao preço ou outros vinham atrás cobrando menos. Conseguimos a corrida por S.35. Tito, o taxista, conversou bastante conosco, deu dicas de lugares pra conhecermos, preços, como ir de ônibus, etc. Pegamos um pequeno congestionamento em meio aquele trânsito onde se buzina para tudo e a confusão impera (mas eles se entendem). Minha 1ª impressão sobre Lima não foi das melhores. Na Plaza fomos comprar bilhetes para o Mirabus (ônibus que faz um city tour até Miraflores – bairro chique de Lima – e que passa por alguns pontos turísticos da cidade), mas o 1º a sair seria só as 15h e estávamos com o tempo contado. Acabamos desistindo. Andamos pelo centro histórico, vimos a troca da guarda e encontramos o casal de Goiânia (nos conhecemos no Valle Sagrado). Almoçamos em um restaurante pertinho da Plaza de Armas. Comemos muuuito, p/ variar. Depois, resolvemos pegar um ônibus coletivo para Miraflores (pois o próximo Mirabus demoraria pra sair). O cobrador só dizia “Arriba, arriba! Miraflores! Miraflores!”. (Andar de ônibus velho é outra aventura cômica). Finalmente, depois de 45min, chegamos.

Fomos ao Shopping Lacomar. Esta região é bem diferente do resto da cidade. Lugar chic. A visão do Oceano Pacífico é uma beleza. O shopping, cheio de lojas caras, mas ainda tinha soles p/ tomar um sorvete (a grana estava no fim). Apreciamos o visual e no final da tarde fomos em busca de um táxi, no ponto amarelo, que nos levasse ao aeroporto. Eles tabelam: um preço para o dia e outro para a noite. Tinham nos dito S.45, depois S.55. como recusamos e fomos andando para pegar um táxi comum que passasse na avenida, nos chamaram dizendo que um deles faria a corrida por S.25. Lá, tudo, tudo se negocia preço. O taxista alegou que estava indo para casa e que o aeroporto era caminho para ele. Conversamos bastante com ele. Até receita culinária ele nos ensinou. Nos deixou do lado de fora do aeroporto. Ele disse q se entrasse, teria que pagar tipo um pedágio. Gente boa! No aeroporto embarquei com um misto de vontade ficar e tristeza em saber que a viagem estava chegando ao fim.
Ainda tenho muito a conhecer sobre o Peru. Foi uma viagem de descobertas. A sensação de liberdade é única, é quando você percebe que o seu destino é você mesmo quem faz.





AVENTURAS CHILENAS

SAINDO PRO MUNDO
Minha viagem ao Chile foi inesquecível. Foi minha primeira aventura fora do Brasil simplesmente carregando minha mochila nas costas.
Meu 1º mochilão despertou muitas vontades. Foram 10 dias suficientes para descobrir uma pequena parte desse lugar apaixonante. Desde então faço planos para mochilar mundo a fora e retornar ao Chile para continuar descobrindo esse país tão cheio de encantos.

DESCOBRINDO PESSOAS
Minha intenção era viajar sozinha, mas... ao iniciar minhas pesquisas (sobre roteiros, lugares, valores etc), conheci um pessoal na internet que compartilhava da minha ideia de viajar de forma simples e independente. Apenas pelo fato de conhecer lugares e VIVER!!! Bom, pra resumir, conheci a Miriam, uma perfeita companheira de viagem, que estava procurando companhia para viajar também para o Chile. Nos encontramos em São Paulo uma única vez antes da viagem e depois no aeroporto, no dia do embarque. A Miriam foi ótima. 1º por falar inglês fluentemente – o que me salvou em inúmeras situações; 2º por ser uma pessoa super de boa. Era como se eu estivesse viajando sozinha, só que dividindo algumas despesas por 2. Foi ótimo. Dei muita sorte. Isso aconteceu em 2008. Partimos de São Paulo em 31/10 e retornamos dia 09/11. Tentarei fazer um breve resumo desta viagem maravilhosa.


SANTIAGO, UMA SURPRESA!
A chegada à Santiago já vale a viagem. Sobrevoar a Cordilheira do Andes é simplesmente fantástico. Fomos de ônibus coletivo do aeroporto ao Hostal. Santiago me surpreendeu pela beleza. Cidade limpa, organizada, preservada, espaçosa e também segura. De noite e de madrugada, pode-se andar pelas ruas sem aquela sensação de que alguém vai te assaltar. O máximo q ouvi, foram garçons avisando para tomar cuidado com as bolsas em cima das mesas dos bares (na Bella Vista – um bairro cheio de bares e baladas noturnas bem legais). O transporte é super tranquilo. Metrôs e táxis te levam pra todo canto sem gastar muito. É uma nação patriota e educada. Acreditem: os carros param quando um pedestre pisa na faixa para atravessar a rua. Não encontrei aquele povo com característica indígena, como pensei que fossem todos, nos países da América do Sul, tirando o Brasil. Fiquei cerca de 3 dias por lá.

Visitei os pontos turísticos mais famosos, tudo de forma independente: Plaza de Armas, as várias Iglesias e praças, Cerro Santa Luzia, o Mercado Municipal  (com comidas de dar  água na boca),  uma das casas de Pablo Neruda, shopping Parque Arauco,  Cerro San Cristóbal, a feirinha de artesanato de Los Dominicos (que faz você se sentir no início do século passado).

Fui também à famosa vinícola Concha y Toro (de metrô e ônibus), bati perna pelo centro da cidade (dá pra se fazer quase tudo a pé). Realizei um sonho antigo: ver a neve.
Fui até o Valle Nevado e Farellones, com uma agência indicada pelo Hostal. Putz!!! Que lugar legal!!! Apesar da pouca neve e das estações de ski estarem fechadas por não ser alta temporada, valeu muito a pena, mas muito mesmo. A vista é de babar!
  Não posso deixar de falar das pessoas que conheci. Ah! Uma descoberta: dificilmente você ficará sem companhia, mesmo quando for viajar sozinho. Conheci gente de várias partes desse  mundo. Gente preocupada em desfrutar o momento presente, dado por Deus.
Fiquei com vontade de ficar mais tempo por lá e tomar mais um pouco de pisco sour (uma bebida típica feita com limão), não fosse a ansiedade de descobrir os próximos destinos.

VIÑA DEL MAR
Viña del Mar fica a um pouco menos de 2 horas de Santiago. Que cidade gostosa!!! Banhada pelo Oceano Pacífico, me lembrou um pouco o Guarujá rsss. Dá pra conhecer a cidade em meio dia. Andar pela orla e ver os pelicanos, conhecer o cassino e essas coisas de turista. É uma cidade em que o povo tem um poder aquisitivo mais alto. Foi onde um senhor, percebendo que éramos brasileiras, veio nos mostrar com orgulho a casa onde a Presidenta do país costumava passar os fins e semana. Gostei da cidade. Tem também um museu que tem um moai da Isla de Pascua. Mas, acabei não indo lá. (Não sou muito chegada à museus). De lá, pegamos um trem para Valparaíso.

VALPARAÍSO
Cheguei em Valparaíso de noite. A 1ª impressão não foi muito boa. Íamos comprar a passagem pra São Pedro de Atacama, mas só tinha pra Calama e a vendedora não foi muito amigável. Ao redor da rodoviária, tinha muita gente "estranha" na rua. Elas te cercam, oferecendo táxis (carros comuns), hotéis, bugigangas pra comprar, comida, pedem dinheiro... Peguei um táxi no ponto de táxi mesmo (mais confiável) para chegar ao Hostal. O pessoal do Hostal  se preparava para ir pra balada (dizem que as coisas “fervem” por lá). Mas... eu já estava cansada e só saí para comer alguma coisa ali perto mesmo (e olha que a ladeira era grande). Na manhã seguinte, o dono do Hostal, fez a gentileza de nos ajudar a comprar a passagem de avião de Calama pra Santiago (por telefone). Em contrapartida, nos apressou para o check out. Andei pela cidade inteira a pé. Não vi nada de extraordinário, como muita gente fala. É um lugar diferente. Tens alguns funiculares (ou ascensores), um tipo de bondinho que leva as pessoas da parte baixa até a parte alta da cidade (a cidade é cheia de sobes e desces). É uma atração turística e também meio de transporte dos moradores. Valparaíso é uma cidade que cresceu em torno do porto. E zona portuária, sabe como é... Pude perceber que a população de rua é grande e é preciso ficar atento quanto aos roubos e abordagens desse pessoal. A cidade não me atraiu muito. De tarde estávamos na rodoviária. O ônibus atrasou. Era feriado e a rodoviária estava lotada.

A CAMINHO DO DESERTO
A viagem de Valparaíso para Calama demora 24 horas. O ônibus é confortável e tem até serviço de bordo. É engraçado ver as pessoas subindo cheias de tranqueiras e descendo sabe-se lá para onde: no meio de uma estrada onde não tem nada, por exemplo. Depois de ver o Pacífico, a paisagem vai ficando desértica. Mas é lindo de se ver. Cidadezinhas, povoados... a cabeça viaja nas coisas da vida. Amizades no ônibus. Em Calama compramos passagens para San Pedro de Atacama. E finalmente por volta de 23h, cheguei ao tão esperado destino.

 ATACAMA, ENERGIA INEXPLICÁVEL
Na descida do ônibus, pessoas nos abordam oferecendo lugar pra dormir. Acabamos ficando com o mais barato: Casa Del Sol Naciente. A cidade de noite tem pouca iluminação e as ruas são de terra. Mas algo diferente me tocou naquele lugar. É uma espécie de Oasis no meio do deserto. O frio, o inesperado, aquele céu estrelado, um cheiro diferente no ar, tudo era novo e emocionante. No tal do rancho rsss (sim, era um rancho e ainda tinha um camping também), fui direto tomar um banho, mas... cadê água quente??? rsss o gás (de butijão) havia acabado. Pelo menos um quarto limpo e uma cama quentinha pude encontrar lá. Saí para comer alguma coisa decente e conhecer a cidade. Conforme fui andando, fui percebendo o tanto de restaurantes e bares, o tanto de hostals e hotéis e sei lá mais o quê, o tanto de gente do mundo inteiro andando pelas ruas e curtindo aquele lugar que transmite a sensação de se estar em outro planeta. Já era madrugada. Encontrei um amigo de viagem num bar maneiríssimo, onde as mesas ficam em volta de uma fogueira. Muitas pessoas oferecendo cardápios nas portas dos restaurantes.

Na manhã seguinte, uma surpresa: o vulcão Licancabur me seguia para onde quer que eu fosse! Fiz cotação de alguns passeios com as inúmeras agências de turismo que se pode encontrar na rua principal, e fechei um pacote. Tanto o dólar como o peso são aceitos e há inclusive, casas de câmbio pra trocar ‘reales’. As vans com um guia turístico que entende bem o português e fala bem o portunhol, me levaram a lugares que estavam fora da minha capacidade de imaginar.
Fui aos Gêiseres de El Tatio onde nunca senti tanto frio na vida: -10° (Como é possível aquilo jorrar às 6h da manhã, exatamente no momento em que o sol está nascendo?), Ojos de Salar, Salar de Atacama, Valle de la Luna e Valle de la Muerte, Laguna Cejar, Lagunas Altiplânicas (lagoas Miscanti e Minique - que ficam a 4 mil metros de altitude), Laguna Verde, Laguna Chaxa, Salar de Tara, Termas de Puritama (banhos termais de águas quentes e cristalinas). São lugares indescritíveis. Ainda fecho os olhos e vejo aquelas paisagens, que pareciam pinturas perfeitas feitas pelo universo.

Outro passeio que recomendo muuuito é fazer uma cavalgada pelo Valle Del Quitor. Demais!! Tem uma parada para apreciar a paisagem e ver o sol se pôr. Muito bom!!!
Fiz também o Tour Astronômico. É simplesmente fascinante! Você consegue se imaginar a meia noite, no meio do deserto, observando as estrelas e a lua, com um super telescópio, tomando chocolate quente dentro de uma cabana e ainda com um cara que manja muito sobre astronomia te dando uma super aula? Putz!! É indescritível. Até me esqueci do frio. O céu do Atacama tem uma estrela cadente a cada 5 minutos. É lindooo!!!
Fiquei no Atacama por 5 dias, mas, sem dúvida nenhuma, ficaria mais. Passei meu aniversário em meio a essas emoções. Gostaria de alugar uma bike pra visitar outros lugares próximos. As estradas são excelentes. No último dia, fui ver o sol nascer na porta do cemitério. Parece estranho, mas foi um momento incrível.
Pra finalizar a viagem com emoção, a van que faria o traslado até o aeroporto de Calama, não apareceu na hora marcada. Por sorte nossos amigos conseguiram encontrar pela cidade um micro-ônibus que estava indo pra lá. Cheguei no aeroporto faltando 15 minutos pra saída do vôo. Mas, deu tudo certo. Como não poderia dar?? Nada estragaria os momentos que passei naquele lugar mágico, que me fez sentir que estava no lugar mais remoto desse planeta.
Os imprevistos (como dormir no aeroporto, por exemplo rss) se tornam pequenos diante da grandiosidade de viver momentos como aqueles.
Um parte dos meus pensamentos ficaram lá, enterrados como os segredos que envolvem aquele lugar. A outra parte, foi levada pelo vento que soprava dizendo coisas que só eu conseguia ouvir.